sábado, 4 de janeiro de 2014

AUTISMO

O autismo é um transtorno  do espectro autista caracterizado por prejuízos na interação social, atraso na linguagem e comportamentos estereotipados e repetitivos. Foi brilhantemente descrito pelo médico, pesquisador e professor da Johns Hopkins University, o médico psiquiatra infantil austríaco Leo Kanner, em 1943.
Historicamente, vale ressaltar a importância de uma médica inglesa, psiquiatra da infância e da adolescência, a Dra. Lorna Wing. Seus estudos estabeleceram a analise de três déficits principais ( conhecidos por " Triade de Wing") existentes entre os portadores de transtornos do espectro autista, localizados nas áreas de imaginação, socialização e comunicação.
As dificuldades na área de imaginação estão relacionadas com o conceito da Teoria da Mente que é a capacidade que todos nos temos de nos colocarmos na posição do outro, isto é, de entendermos que outra pessoa é capaz de pensar diferentemente de você, de ter crenças, desejos e pensamentos distintos. Resumindo, somos capazes de entender as emoções e o comportamento de outras pessoas.
Basicamente, a dificuldade de relacionamento e interação social é outro grande problema no autismo infantil. A impressão é de que a criança esta fechada dentro de seu mundo particular e não consegue interagir com outras pessoas ou outros objetos.
A grande maioria dos pacientes autistas não fala, e aproximadamente 50% deles permanecerão mudos pelo resto de suas vidas; entretanto, algumas crianças podem aprender a falar pequenas frases e ser capazes de seguir instruções simples. Muitas vezes, essas crianças realizam uma inversão pronominal, chamando a si próprio de "ele" ou "ela".
O transtorno apresenta uma incidência de 1% de crianças e adolescentes e ocorre em torno de quatro vezes mais em meninos do em meninas.
Até pouco tempo o autismo era um problema comportamental identificado por volta dos 3 anos, mas, com o avanço dos conhecimentos sobre essa patologia é possível identifica-lo nos primeiros meses de vida da criança.
Identificar precocemente os transtornos do espectro autista é fundamental para que se realiza cedo uma intervenção, pois somente dessa forma é oferecida uma grande "janela de oportunidades" para ajudar na reversão de muitos sintomas.
A inteligência fica comprometida em grande parte das crianças com autismo, e cerca de 70% desses pacientes apresentam deficiência intelectual; contudo, algumas  dessas crianças podem frequentar escolas e ter um desempenho acadêmico regular.
Os transtornos associados estão presentes na maioria dos casos, e as principais condições são o transtorno obsessivo- compulsivo, o transtorno de ansiedade generalizada, os transtornos de tiques e o transtorno de déficit de atenção / hiperatividade.
Preocupados com o comportamento do filho que ainda não estiver falando, que resistir aos cuidados dos paternos e que não interagir com outras pessoas, os pais devem procurar ajuda e orientação de um pediatra.
Bebes com autismo apresentam grande déficit no comportamento social, tendem a evitar contato visual e se mostram pouco interessado na voz humana. Eles não assumem uma postura antecipatória; por exemplo, colocado seus braços a frente para serem levantados pelos pais, ficam indiferentes ao afeto e não demonstram expressão facial ao serem acariciados.
Outra característica observada em alguns bebes e crianças pequenas com transtorno do espectro autista é que eles podem iniciar normalmente o desenvolvimento de habilidades sociais mas, de repente, esse processo é interrompido e a criança começa a regredir em seu desenvolvimento. Por exemplo: a criança com 2 ano que para de falar, de mandar tchau e de brincar socialmente, como nos jogos do tipo pega-pega.
Quando crianças, não seguem seus pais pela casa e não demonstram ansiedade por se separar deles. Não se interessam em brincar com familiares ou com outras crianças nem por jogos e atividades de grupo. Suas ações podem se limitar a atos repetitivos e estereotipados, como cheirar e lamber objetos ou bater palmas e mover a cabeça e o tronca para a frente e para a trás.
O interesse por brinquedos pode se peculiar: a criança chega a gostar do movimento circular da roda de um carrinho ou do barulho executado por ele, por exemplo. Essas alterações estão relacionadas com respostas não usuais a experiências sensoriais diferentes vivenciadas pela criança.
Pode ocorrer fascinação por luzes, sons e movimentos que o despertem para um interesse muito grande, como pelo ventilador de teto ou por uma batedeira elétrica. A textura, o cheiro, o gosto, a forma ou a cor de um objeto também podem desencadear um interesse especifico na criança.
O paciente autista pode se sentir incomodado por pequenas mudanças em sua rotina diária, o que resulta muitas vezes em violentos ataques de raiva. Também é observado que quase a totalidade de crianças autistas resiste em aprender ou praticar uma nova atividade.
Adolescentes autistas podem adquirir sintomas obsessivos, como ideias de contaminação, e apresentar comportamentos compulsivos e ritualísticos , por exemplo, toques repetitivos em certos objetos pessoais, rituais de lavagem e repetição de perguntas.
 
SINAIS DE ALERTE EM UM BEBÊ
 
. Evita contato visual ( quando é amamentado, por exemplo).
. Não demonstra expressão facial ao ser acariciado.
. Não sorri quando você sorri para ele.
. Indiferente a alguma demonstração de afeto.
. Pouco interessado na voz humana.
. Não acompanha os objetos quando se movem.
. Não demonstra ansiedade quando você se afasta dele.
. Não eleva os braços para ser retirado do berço.
. Não responde quando chamado pelo nome.
 
 
AUTISMO NA ESCOLA.
 
. Não aponta para objetos.
. Não manda tchau.
. Não entende jogos sociais, como pega - pega ou esconde - esconde.
. Não utiliza gestos para se comunicar.
. Não imita seu comportamento ou suas expressões faciais.
. Não se interessa em brincar com outras crianças.
. Não há interesse por jogos e atividade de grupo.
. Não pede ajuda.
. Interesse peculiar por brinquedos ou por partes dele.
. Atos repetitivos e estereotipados.
. Ataques de raiva na presença de pequenas mudanças em sua rotina diária.
. Resiste a aprender ou praticar uma nova atividade.




 

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