As causas da deficiência Intelectual podem ser dividas basicamente em três grupos principais: erros de formação do sistema nervoso central, influencias extrínsecas afetando o sistema nervoso central e anormalidades biológicas.
ERROS DE FORMAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL.
São malformações congênitas, alterações ou erros no código genético do feto, levando ao surgimento de síndromes genéticas, como a síndrome de Down, que representa a forma mais comum de deficiência intelectual.
Aproximadamente 7 mil crianças nascem todos os anos com essa alteração cromossômica - que consiste em um cromossomo extra -, que ocorre por um erro de divisão celular ainda no inicio do desenvolvimento fetal. Nesse caso, além do retardo mental, alterações físicas estão presentes, como baixa estatura, microcefalia, nariz achatado, olhos rasgados e baixa implantação das orelhas.
Outra condição genética importante é a síndrome do X frágil, causada por uma mutação genética no cromossomo X frágil, e a caracterizada pela presença de cabeça e orelhas grandes e longas, baixa estatura, articulações hiperextensiveis e deficiência intelectual.
INFLUÊNCIAS EXTRINSECAS AFETANDO O SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Compreende as lesões cerebrais causadas por agressão, ao cérebro fetal durante a gestação ou no momento do parto, por meio de infecções congênitas ( transmitidas da mãe para o filho ), como a rubéola, a toxoplasmose e as sífilis.
Outras causas de deficiência intelectual por influencias extrínsecas são as intoxicações pré-natais por chumbo, álcool, tabaco, cocaína e medicamentos, além de desnutrição materna, hipóxia neonatal ( falta de oxigênio no cérebro do bebe no momento do parto), asfixia, afogamento e traumatismo.
ANORMALIDADES BIOLOGICAS.
São situações em que alterações no ambiente bioquímico cerebral leva a deficiência intelectual. Na maioria das vezes, tem origem metabólica, como por exemplo, quando é causada pela fenilcetonuria, condição em que a deficiência congênita de uma enzima ( fenilalanina hidroxilase ) leva à deficiência intelectual.
Essas crianças nascem com o cérebro normal, mas este começa a se deteriorar devido à ausência dessa enzima que provoca alterações no metabolismo dos aminoácidos. Outra alteração metabólica comum é o hipotireoidismo congênito.
O QUE FAZER?
O primeiro passo no tratamento da deficiência intelectual deve ser a identificação precoce dos transtornos metabólicos e cromossômicos possivelmente envolvidos. Para isso, temos então o importante trabalho de acompanhamento gestacional realizado nos serviços de saúde desde o primeiro mês de gestação, que compreende avaliações medicas regulares com um obstetra e orientação pré-natal.
Por meio do teste do pezinho, realizado após o nascimento do bebe, é possível identificar quadros metabólicos como a fanilcetonuria e o hipotireoidismo congênito, condições que estão frequentemente relacionadas com quadros de deficiência intelectual. Assim como em outros problemas comportamentais, quanto mais cedo por realizado o diagnostico, melhor será o prognostico da doença, pois melhores serão as oportunidades de intervenção e tratamento.
Após o diagnostico correto e precoce da deficiência intelectual, o tratamento baseia-se na tentativa de controle de alterações comportamentais, como quadros de agitação psicomotora, agressividade e ansiedade. Outras condições medicas podem estar associadas à deficiência intelectual - como o transtorno obsessivo - compulsivo, o transtorno de tiques, o transtorno de déficit de atenção / hiperatividade, a depressão e a insônia - , e devem ser tratadas também. Nesses casos, diversas classes de medicamentos serão uteis no tratamento dos sintomas.
Será muito importante traçar um plano individual de tratamento, identificando as necessidades de aprendizagem especial dessas criança e as habilidades emocionais e linguísticas a serem trabalhadas. O objetivo disso será melhorar a qualidade de vida da criança e de seus familiares, tal como ajuda-la a alcançar o maior nível de funcionamento possível. Potencializar seu crescimento, respeitando suas dificuldades especificas, será uma meta importante para pais, educadores e demais profissionais envolvidos.
A psicoeducação relativo à deficiência intelectual é essencial, conscientizando e informando pais, familiares e educadores sobre o diagnostico e as estratégias de tratamento. Isso ajudará na diminuição do preconceito, evitando a estigmatização do problema, e servirá de incentivo na luta por qualidade de vida, tal como pelo crescimento e pela aprendizagem da criança ou do adolescente. Esse trabalho pode envolver também uma ajuda no suporte emocional a pais e cuidadores.
A terapia familiar, o acompanhamento e o treinamento de pais, cuidadores e educadores são estratégias essenciais para auxiliar no tratamento. Muitas vezes, os pais são tomados por sentimentos de culpa e impotência perante o diagnostico; entretanto, podem ser importantes e estimulantes para a melhoria da autoestima e da interação social de toda a família, por exemplo: o trabalho de ensinar e estimular os filhos na aprendizagem de um oficio ou de uma profissão, nos casos de deficiência intelectual leve; e ensinar cuidados com higiene pessoal, nos casos de deficiência moderada.
Uma vez que a deficiência intelectual não tem cura, deve ser realizado um trabalho educacional intensivo com essa criança, e a estimulação deve ocorrer sempre. O objetivo final do tratamento a melhoria das relações pessoais desse jovem com seus familiares e a busca de qualidade de vida a todos.
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